Troianas de Séneca

Dez anos de guerra entre duas civilizações: gregos e troianos. O encontro amoroso entre Helena e Páris leva à queda de Troia, incendiada ao fim de dez anos de guerra. Os gregos exigem a morte de Astianax filho de Heitor com Andrómaca. Hécuba é feita prisioneira. A história é conhecida. “Entre mitos, desamores, reescritas dos historiadores, o que nos interessa em Troianas? E em Séneca? Quando a 24 de fevereiro a Rússia bombardeou Kiev iniciando a guerra; ainda que existissem outros conflitos (tantos, antigos e recentes) este, aqui à porta lembrava-nos da possibilidade de vivenciarmos uma terceira guerra mundial e de tudo o que isso implica. Da falta de gás, do inverno, da ameaça, da bomba. Do amor pela bomba, como diria o Dr. Strangelove de Kubrick. A guerra não é o espanto. O que nos interessa é o gesto bárbaro, violento e a sua raiz. Com Séneca, podemos de novo questionar o lugar a que relegamos o Outro, esse desconhecido.”