Sinópse
“Pérola Sem Rapariga” resulta do encontro entre a encenadora Zia Soares e a escritora Djaimilia Pereira de Almeida e inspira-se na leitura de “Voyage of the Sable Venus and Other Poems”, da autora afroamericana Robin Coste Lewis, e no arquivo fotográfico de Alberto Henschel, fotógrafo alemão radicado no Brasil na segunda metade do século XIX, autor de uma série de retratos da população africana e afrodescendente.
Interpretado por Filipa Bossuet e Sara Fonseca da Graça, “Pérola Sem Rapariga” pensa a relação entre a superfície do corpo e aquilo que sobre ele somos capazes de dizer, entre legenda e imagem, entre a pele e o salvamento. O artista visual Kiluanji Kia Henda intervém no espaço da cena instalando prenúncios de apocalipse.
Qual a vida de um gesto — a história de um olhar — a fundura de uma gargalhada?
Em Pérola Sem Rapariga ri-se sem razão aparente, do riso deflagra o choro, o choro redunda em sonho e mergulha-se nele como num oceano. É daí que da gargalhada mais antiga, e da possibilidade de a gozar após tanto tempo, se abrem as portas de sonhos inquietos e delas ao fundo dos mares, onde jazem os que não podiam rir.
A ideia é mergulhar na gargalhada e acordar do outro lado. Cair no riso como quem cai no sono e no sono como quem cai ao mar. Ou antes, rir como quem se ergue, tirar o pó dos joelhos dentro dos sonhos, erguer a cabeça dentro do abismo. Ou rir como quem se afoga. Renascer de um afogamento. Acordar da morte.
- Djaimilia Pereira de Almeida
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