Sinópse
Se há ciência profusamente estudada pelo teatro, essa é a ciência do amor. Esta peça de Thomas Shadwell é (mais) um tratado sobre as variadas formas de relações afetivas entre seres humanos. Nela temos representadas relações conjugais e extraconjugais, amores platónicos, românticos e carnais. E o outro lado destes amores, também — o desencanto, o desprezo, a rejeição, a raiva, a traição, a vingança.
Bruce e Longvil são dois jovens enamorados por Miranda e Clarinda, mas os seus amores estão trocados — Bruce gosta de Clarinda que gosta de Longvil que gosta de Miranda que gosta de Bruce. Para além deste desencontro afetivo, as jovens estão sob a alçada de um tio e uma tia, Sir Nicholas Gimcrack e Lady Gimcrack, que dificultam a concretização dos seus interesses amorosos com o pretenso objetivo de salvaguardar a honra das jovens donzelas. Num exemplo clássico do ditado “Olha para o que eu digo e não para o que eu faço”, os tios têm, cada um, as suas aventuras extraconjugais.
Os dois jovens, para se aproximarem das sobrinhas, fingem-se interessados nas experiências científicas que Sir Nicholas desenvolve. Ele, um exemplo paradigmático dos primeiros exploradores da ciência moderna, é acompanhado de perto por um orador inveterado —Sir Formal Trifle — que faz o elogio e a apologia da sua atividade científica, enquanto se tenta aproximar da jovem Clarinda.
A estas personagens juntam-se os amantes clandestinos do casal Gimcrack, eles próprios com uma relação amorosa entre si, e o velho Snarl — tio de Sir Nicholas —, grande defensor do antigamente e crítico acérrimo dos comportamentos degenerados das novas gerações.
É um novelo intrincado, o que se desenrola n’ “O Virtuoso”, em que a novíssima ciência moderna se mistura com a antiquíssima ciência do amor.
Este é um espetáculo especial, tendo em conta o trabalho de pesquisa que a Marionet realiza no âmbito do cruzamento disciplinar entre teatro e ciência, uma vez que é a primeira peça, na História do Teatro, que tem um cientista como protagonista.
Traduzida para português por Mário Montenegro, esta obra, estreada em 1676, retrata a Ciência como um conjunto de atividades ridículas e vãs, realizadas por indivíduos que não têm nada melhor para fazer com o seu tempo. O texto permite-nos colocar em perspetiva o vasto percurso percorrido pelo empreendimento científico, já que, hoje em dia, a vasta maioria das pessoas reconhecerá que a Ciência é uma componente essencial nas nossas vidas, mas nem sempre teve esse reconhecimento, como testemunha este espetáculo.
Ficha Técnica
Discussão e Ideias: Carolina Costa Andrade, Francisca Moreira, Mário Montenegro, Ricardo Jerónimo, Silvia Carballo, Vicente Paredes
Texto: Thomas Shadwell
Encenação e Tradução: Mário Montenegro
Interpretação: Carolina Caseiro*, Carolina Costa Andrade, Eduarda Ortiz*, Inês Dias, Filipe Eusébio, Hugo Inácio, Maria Teixeira*, Mário Montenegro, Sílvia Santos, Teosson Chau, Tiago Sousa*, Niko Oliveira*, Zé Ribeiro
Direção Técnica e Iluminação: Simão Lopes
Cenografia e Imagem: Pedro Andrade
Figurinos: Cláudia Ribeiro
Vídeo: Laetitia Morais
Direção Coreográfica: Thiago Vaz – Portingaloise – Associação Cultural e Artística
Música e Sonoplastia: Marcelo dos Reis
Apoio Gráfico: Joana Corker
Penteados: Carlos Gago – Ilídio Design Cabeleireiros
Interpretação LGP: Jéssica Ferreira, Joana Sousa
Direção de Produção: Francisca Moreira
Produção Executiva: Carolina Costa Andrade, Silvia Carballo, Vicente Paredes
Comunicação: Carolina Costa Andrade, Ricardo Jerónimo, Maria Neves
Vídeo e Fotografias Promocionais: Tiago Cerveira
Fotografia: Francisca Moreira
Registo de Vídeo: João Cunha
Coprodução
Marionet | Teatro Académico de Gil Vicente
Apoios
República Portuguesa — Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Coimbra, MAFIA — Federação Cultural de Coimbra, Ilídio Design Cabeleireiros, Rádio Universidade de Coimbra, Antena 2, Hotel Oslo, Lameirinho
Agradecimentos
Susana Marques
*Estagiários e estagiárias do Curso Profissional de Intérprete/Ator/Atriz do Colégio São Teotónio
Sessões
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