
Drama
Maiores de 12
85 minutos
Sinopse
Espectáculo com interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP)
No final no século XX, o historiador Eric Hobsbawm escrevia sobre «os jovens homens e mulheres [que cresciam] numa espécie de presente permanente, sem relação com o passado (…)»¹. À medida que o século XXI avança, inquietantes notícias dão conta de resultados cada vez piores na disciplina de História num país como Portugal, onde a disciplina de História nos poderia oferecer importantes lições para o hoje, para o aqui. O interesse pelo passado perdeu-se, talvez por que não seja clara a sua relação com o presente.
Entretanto, a História tende a repetir-se, acordando fantasmas do passado. Mas nem assim os mais velhos a conseguem explicar aos mais jovens. «Não estavas lá», «Não viveste», «Não consegues imaginar», «Não sabes», «Não percebes» — com estas frases se arruma de vez a curiosidade dos mais jovens e a esperança de que venham a interessar-se por esse tal passado. Este espetáculo do Teatro do Vestido é também sobre isso: sobre o desinteresse, as lacunas, as omissões, sobre investigações, sobre repreensões, sobre, enfim, o gosto ou o desgosto da disciplina de História e daqueles que a escrevem e a ensinam.
Quem são estas mulheres e estes homens que decidiram dedicar-se à escrita da história para que o futuro possa recordar e aprender com um passado que não viveu diretamente? Que ambiente se vive numa aula de História do ensino secundário em Portugal? Quantos braços se levantam quando a professora faz uma pergunta? E que História é essa que se conta nos manuais? Um programa de história é um retrato político do presente de um país e daquilo que se quer inscrever para o futuro.
Num mundo em que o passado é um país estrangeiro² e o futuro fica ainda demasiado longe, Historiadores navega da forma única (política, poética e documental) do Teatro do Vestido um mar de inquietações, perguntas e pistas para o que aí vem.
¹ Eric Hobsbawm, The Age of Extremes, Nova Iorque, Vintage Books, 1996.
² frase de L. P. Hartley em The Go Between, 1953. “The past is a foreign country; they do things differently there.”
Ficha Técnica
- Encenação
- Direcção Joana Craveiro
- Texto
- Joana Craveiro
- Companhia
- Teatro do Vestido
Informação Técnica
Co-criação e interpretação: Diana Ramalho, Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Jamila Oliveira, Mira Bulhões Tânia Guerreiro, Tozé Cunha
Música e Espaço Sonoro (composição e interpretação): Francisco Madureira

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