Sinópse
‘Chuvinha’ é o nome artístico de uma cantora cujo estilo musical se situa entre o afro-beat e o hip-hop. Estamos num estúdio de gravação e, para desespero dos produtores, a própria Chuvinha tarda em chegar à sessão: será que vai comparecer? Os músicos que a acompanham já estão a postos, e vão-se entretendo com picardias entre si. A identidade destes jovens é construída à imagem das figuras que vêem na televisão e que ‘seguem’ nas redes sociais. Os seus heróis são os músicos anti-sistema cuja imagética reproduzem como podem — e que não fazem mais do que instigá-los à revolta, sem lhes apontarem caminhos. As referências destes rapazes não vão muito além dos subúrbios em que cresceram. Querem expressar-se, mas não sabem como: falam de si próprios na terceira pessoa, como os jogadores de futebol. E, no entanto, todos ambicionam o êxito, sem que algum deles seja capaz de concretizar o que os faz sonhar — para além, claro, das roupas de marca, das jóias espampanantes, e dos carros potentes em que desfilam os seus ídolos nos telediscos. A dada altura Chuvinha entra de roldão pelo estúdio adentro, escoltada por um polícia. Esta peça é também sobre as peripécias e as tensões que envolvem a gravação do seu hit mais ‘poderoso’: A bunda preta da Chuvinha. E ainda sobre o desastre, que assalta estes jovens quando as suas frustrações fazem com que a raiva cresça de forma incontrolável — e não atinja o alvo certo.
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